As expectativas e preocupações em relação ao futuro do agronegócio brasileiro ganharam novas dimensões no contexto das discussões da Conferência das Partes (COP30), que se aproxima. Com a crescente erosão dos recursos naturais e mudanças climáticas em evidência, o setor agrícola do Brasil se vê diante de um dilema: como se apresentar como um modelo sustentável em um cenário global onde a pressão por práticas menos impactantes aumenta constantemente?
A importância da COP30, que se realizará em breve, não é apenas para discutir os desafios que o setor enfrenta, mas também para enfatizar a necessidade de estratégias que unam todos os agentes envolvidos na cadeia produtiva. A mobilização de todos os stakeholders, que inclui desde pequenos agricultores até grandes produtores e o governo, é essencial para que o Brasil possa apresentar uma frente coesa e consistente na conferência.
Os dados mostram que o agronegócio é uma das principais colunas da economia brasileira, respondendo por uma parcela significativa do PIB e do emprego. No entanto, a maneira como o setor se posiciona em questões ambientais pode influenciar diretamente sua imagem e, consequentemente, sua produtividade a longo prazo. Questões como desmatamento, uso da água e práticas agrícolas insustentáveis colocam o Brasil sob o olhar crítico de mercados internacionais que cada vez mais valorizam a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental.
Durante a COP30, será crucial que o Brasil não apenas reconheça seus problemas, mas que também compartilhe histórias de sucesso em práticas sustentáveis que já estão sendo implementadas no país. É através dessa troca de informações e experiências que o setor pode apresentar soluções efetivas e inovadoras que venham a servir de exemplo global.
Os telefones das entidades da agricultura e da agroindústria estão sendo mobilizados para um diálogo que não pode ser apenas de uma única via. É fundamental que se escute a voz de todos os envolvidos injetando confiança nas lideranças e buscando um futuro que valore a produção responsável. Ademais, a implementação de uma tecnologia que garanta a sustentabilidade sem comprometer a rentabilidade é um dos focos principais à medida que o mundo transita para uma economia mais verde.
O Brasil precisa, portanto, se preparar para apresentar não apenas estatísticas e metas, mas também um plano de ação detalhado que respeite as particularidades da biodiversidade e a cultura agrícola local. Assim, todos juntos, poderão fazer com que o agronegócio brasileiro seja um exemplo de resiliência, inovação e compromisso, tanto no mercado interno quanto no cenário internacional.
Fonte: O Globo
